Capítulo 3 - Amor de irmãos
Quinze anos após a chegada de Mira e seu irmão mais novo Danlac em um continente desconhecido, eles já haviam se firmado muito bem em sua nova casa, que passou de uma simples cabana de palha, para um casa de madeira bem resistente, que foi feita assim que Danlac tinha feito onze anos. Já aos quinze, e sua irmã Mira aos vinte e quatro anos, eles já sabiam fazer diversas ferramentas de pedra e bambu, dessa forma, podiam plantar o que comiam. Danlac e Mira costumavam treinar com algumas espadas de madeira feitas por ela, Mira percebia que Danlac, além de gostar muito, também tinha muita habilidade com elas. A cada dia que eles treinavam, os barulhos de madeira se chocando era cada vez maior, de tão alto, os animais próximos fugiam assustados. Após dois anos treinando, as espadas já estavam muito desgastadas, mesmo assim, os dois se divertiam muito. Com o passar do tempo, Mira encontrava alguns carneiros pelos bosques, provavelmente eram de alguma fazenda ou criadouro por perto. Porém Mira tinha medo de sair explorando, então as vezes roubava a lã desses animais, assim também, quando encontrava algum touro ou vaga, com muita habilidade empunhava sua adaga de pedra e dava um golpe certeiro em suas gargantas. Assim, pegava a carne e o couro, até mesmo os chifres eram aproveitados de alguma forma. Assim ela poderia fazer roupas para ela e para o irmão.
-Gostou, Danlac?
-Bem... É que...
-Já sei, é branco... Você não tem o mínimo senso de moda. Só veste preto e mais preto, quando faço algo com lá branca, ou mesmo com couro, você tem que pintar de preto...
-O que você sabe sobre moda? Você nasceu e cresceu nesse bosque. - Acontece que Mira havia mentido para Danlac. Ela não contou seu passado, nem sobre seus pais. Ela achava que seria melhor não tocar no assunto.
-Então, Danlac, vamos pegar um pouco de lenha, essa noite vai ser fria.
Após cerca de uma hora e meia buscando gravetos e troncos mortos de árvores, eles voltam para casa, já a ponto do crepúsculo, o céu variava a cor do laranja do sol e do azul escuro da noite. Então, quando chegam na porta de casa se deparam com um cogumelo.
-Mas... Não faz nem quatro horas que saímos, nao tem como um cogumelo crescer tanto assim. - Se assusta Mira olhando para aquilo.
Logo, Danlac resolve investigar mais de perto, e acaba pegando-o na mão...
-Não faça isso, Dan. Você vai matar o pobre cogumelo.
-Mas, Mira, ele estava solto, não nasceu aqui.
Danlac vira o cogumelo e logo vê um rosto. Olhos fechados, e dando um fundo suspiro, como se estivesse dormindo.
-Ele não é uma planta, Dan. Ele é um animal!
-Mas... Um cogumelo?
-Sim, eu já ouvi falar neles, mas pensei que não existiam realmente.
-Mas... Como ouviu falar? Já que você nunca saiu daqui, você não deve conhecer ninguém além de mim, certo? Questiona Danlac num tom de dúvida.
-Eu disse "ouvi"? E-eu quis dizer "eu vi" um desses, mas pensei que era apenas um sonho.
-Certo, então, vamos cuidar dele! Por favor Mira!
-Não! Definitivamente não! Ele vai dar muito trabalho, mal temos o que comer, como vamos alimentar mais um? E a bagunça que vai fazer?
-For favor Mira! Eu prometo que cuido dele! Ele é tão pequeno, não vai comer muito. E olhe para esse rosto, ele é tão bonitinho.
Mira se encanta com o pequeno animal e acaba aceitando que Danlac cuidasse dele.
Tudo ia bem por ali. Porém mal sabia eles que a menos de cinquenta quilômetros dali estava acontecendo uma batalha sangrenta. Depois de tanto tempo, como ainda poderia haver guerras? Era improvável que fossem exércitos reais, mas então, quem seriam? Monstros talvez? Talvez demônios? Ou algo mais terrível ainda?
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