Chriscia - Tales of Dragons || Capítulo 6




As Terras da Morte;
   As Terras da Morte, conhecidas também como o Vale da Morte, era conhecido por, há anos atrás, ter sido palco de, talvez, a maior guerra já presenciada desde o nascimento da humanidade, a Guerra Santa, travada por humanos contra demônios. Lendas dizem que essa terra emana uma energia muito forte. Chamava-se guerra santa, pois, pessoas que presenciaram, em certos locais, onde haviam mais mortes, e onde jorrava mais sangue, apareceram grandes pessoas aladas, vestindo túnicas brancas, e asas brancas gigantescas. Não eram forte aparentemente, nem portavam nenhum tipo de arma, mas brilhavam de tal forma, que os guerreiros remanescentes, simplesmente foram embora, enquanto os demônios queimavam com sua luz tocando suas peles.

Capítulo 6 - Olhos Amaldiçoados

   Após sair da gruta da bruxa, os três partem ao norte, em direção ao Vale da Morte, ao norte de onde estavam, foram Danlac, George e Wendy. Ao chegarem num portão macabro, com estacas mantendo crânios de diferentes formatos, não pareciam humanos, além do gramado morto, com uma casca negra, parecendo sangue que havia secado. Abutres viviam rodeando o lugar, mas não se atreviam a passar o muro formado por rochas que o portão guardava para a entrada do Vale. Perto, havia um velho, sentado no chão, não parecia faminto, nem com cede, não era magro, a pesar de ter roupas rasgadas, parecia mais um mendigo. Ao se aproximar, o homem mantém a calma, e então se inicia um diálogo.

-Senhor, precisa de ajuda? Pergunta Wendy.
-Eu não, mas se pensão entrar no Vale da Morte, vocês vão precisar de muita! Fala o velho, olhando para frente, como se não tivesse notado suas presenças ali.
-Senhor, não sabe que é falta de educação falar com uma pessoa sem olhar em seu rosto? George repreende o velho, com um tom calmo, porém frio.
-Desculpe, meu jovem, é que sou velho.
-Ah, sinto muito, eu que peço desculpas.
-Mas senhor, desculpe a arrogância, o senhor tem belos olhos, não parecem os de um velho, com todo respeito. Responde Danlac.
-Por favor, me digam, que cor são meus olhos?
-Azuis, mas não um azul claro, sim um azul forte, que lembram os de um bebê. Ressalta George.
  
  Os olhos do velho começam a brilhar, ele leva as mãos ao rosto, põe os dedos sobre os olhos, os fecha, uma lágrima escorre, depois, ao abrir os olhos, eles mudam de cor, de um azul forte, ficam vermelhos. A lágrima que havia caído, de repente, vira sangue. O homem levanta a cabeça, com se sua visão voltasse ao normal, e olha para o rosto dos três.

-Essa é minha maldição. Com esses olhos posso enxergar até o que vocês não podem, se você tem uma aura boa ou não, posso ver como vai ser daqui a vinte anos, posso matar qualquer criatura só com o piscar do meu olho, mas tudo isso a um custo, um dos dons mais preciosos que temos, a visão. Quando você chega a cegueira total, cada vez que invoca esse olho, você vai ficando debilitado. Hoje, não posso nem andar, mas mesmo assim, tenho um pequeno amigo que me ajuda a sobreviver. Johny, venha cá meu amiguinho, não se assuste!

   Um pequeno esquilo desce da árvore, e corre para cima do ombro do senhor. Com uma nóz em cada bochecha, ele entrega uma ao velho e descasca a outra, para entregar a Wendy. Ela se sente mais forte, como se sua força tivesse recuperada. Então ela pergunta:

-Essa nóz... Por acaso, é a nóz de Zarton? Usada para fazer remédios e poções?
-Sim - Responde o velho - Esse baixinho achou algumas árvores cheias dessas. Graças a elas estou vivo hoje, mesmo sem água potável.
-Desculpe. - Danlac atrapalha a conversa - Mas precisamos ir, minha irmã está perdida. Me desculpe senhor.
-Não se preocupem, podem ir, vou ficar bem! Mas cuidado, nesses solos malditos há mais do que podem esperar.

   Do nada, o velho começa a falar numa língua estranha. Então, seus olhos voltam a lacrimejar sangue  e novamente ficam vermelhos. Porém, dessa vez, pareciam brilhar como uma estrela, até que os abutres que ali sobrevoavam sumiram, simplesmente.


Etneserp iuqa laitselec od eugnas ed sohlo sod adargas zul ad etnaid ararepsorp ongilam res muhnen arret assen.

   Após isso o homem volta ao normal, se aconchega num monte de grama e começa a dormir, ao lado, o pequeno esquilo imita seu parceiro, e também pega no sono.

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